Eskina Qom

Lorena Cañuqueo, Pablo Cossio, Ana Vivaldi

Eskina Qom é um projeto musical dos irmãos Brian e Nahuel López. Eles utilizam o vasto repertório do hip hop para visibilizar a experiência dos povos indígenas do bairro de Daviaxaiqui, no distrito de Derqui, na Grande Buenos Aires, Argentina. Os Qom são uma das nações indígenas que foram excluídas da narrativa de fundação da nação argentina. O Eskina Qom se manifesta claramente como parte dessa história coletiva. Ainda assim, ao mesmo tempo, confronta estereótipos sobre os povos indígenas em suas rimas e produções audiovisuais, narrando os planos, pensamentos e desejos dos Qom a partir da perspectiva da juventude Qom suburbana.

Brian e Nahuel López se apresentam no circuito de hip hop de Buenos Aires há mais de sete anos. Em 2016, junto com o projeto "Amambay 100000", o grupo lançou seu primeiro álbum, Rap Originario, produzido pelo Corco Bravo. Ele incluiu oito canções originais e está disponível gratuitamente em sua plataforma Soundcloud.

 

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Esses vídeos foram gravados no dia 17 de outubro de 2021 no pátio histórico do Museu Manzana de las Luces, durante um festival de música e performance, parte de uma série de atividades organizadas pelo Identidad Marrón. O festival teve como título "¿Podrán eliminarnos? Ni en 500 años" (Eles podem nos eliminar? Não em 500 anos). Eskina Qom fez sua apresentação do rap nativo, gênero que criaram a partir de sua experiência musical e da temática indígena de suas letras. Eskina Qom afirma fazer parte do povo Toba Qom e ser um nativo urbano que torna visível a luta na cidade.

Há três vídeos disponíveis nesta página: um trailer do material; um videoclipe de uma das músicas ao vivo; a entrevista completa e o registro do dia. Há também um podcast em que Brian e Nahuel conversam com Ana Vivaldi e Lorena Cañuqueo.

Brian and Nahuel Lopez during the shooting of the interview section with Ana Vivaldi and Felipe Ruggeles.

Brian e Nahuel López durante a filmagem da seção de entrevistas com Ana Vivaldi e Felipe Ruggeles (gravação de som)

Aproveitamos a oportunidade para entrevistar Eskina Qom e perguntar sobre sua trajetória, seu lugar na cena do rap e hip-hop argentino e como sua experiência como povo indígena urbano informa sua produção artística.

Brian and Nahuel Lopez with video crew Felipe Rugeles and Soledad Torres Agüero.

Brian e Nahuel López com a equipe de vídeo, formada por Felipe Rugeles e Soledad Torres Agüero, na produção audiovisual, e Ana Vivaldi, que realizou a pesquisa e a entrevista.

"Somos os indígenas que cresceram na cidade", dizem Nahuel e Brian, que começaram a escrever suas canções porque não se sentiam representados pelo rap urbano tradicional. Eles são filhos de mãe e pai do povo Qom, e é a partir dessa posição que reivindicam seus ancestrais.

Nahuel e Brian são criadores de um gênero que chamam de "rap originário": com suas letras, eles falam das suas histórias de vida e de seus parentes e denunciam a segregação espacial vivida por milhares de indígenas que chegam às grandes cidades em busca de oportunidades de trabalho. 

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Brian and Nahuel Lopez during their gig at Manza de las Luces patio.

Brian e Nahuel López durante apresentação no museo Manzana de las Luces

Documentário de 60 minutos sobre o grupo de hip-hop argentino Eskina Qom

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Neste áudio, Brian e Nahuel López, de Eskina Qom, falam sobre suas músicas e experiências com as pesquisadoras do CARLA Ana Vivaldi e Lorena Cañuqueo.

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