Intervenção em um Museu Universitário
Ana Vivaldi e Identidad Marrón
O Museu La Cárcova de Escultura Comparada é o local onde transcorrem essas cenas. Ernesto de la Cárcova fundou o museu em 1928 para treinar artistas argentinos na tradição da arte canônica ocidental. O acervo do museu abrange cópias de esculturas clássicas – a chamada arte "universal". São reproduções em gesso das esculturas originais. Entre meados dos séculos XIX e XX, a produção de cópias em gesso foi uma prática consolidada nos museus europeus. As cópias eram comercializadas para divulgar a cultura do "mundo civilizado".
![Performers in the La Cárcova Museum of Comparative Sculpture.](https://www.digitalexhibitions.manchester.ac.uk/files/asset/38bf5cf0d16f81d577f194c63160113717e27023.jpg)
As obras do Museu La Cárcova trazem uma aura das peças originais, já que estiveram em contato com elas. As cópias são feitas de gesso colocado sobre a superfície das esculturas originais na Europa. Elas fazem parte de uma forma específica de fetichismo: a veneração da cultura europeia apenas por ser europeia e a negação do colonialismo e da arte produzida pelos povos indígenas das Américas. Os corpos marrón questionam a ideia de que os problemas e soluções do Sul Global podem ser "reproduções em gesso" do Norte Global.
![Images of the opening of Cinceles de la Otredad (Chisels of Otherness.](https://www.digitalexhibitions.manchester.ac.uk/files/asset/604cc1e6b3448f54e136f10dec2631440d487ac1.jpg)
A entrada do museu permite admirar imediatamente obras de Michelangelo, como David, que ocupa o centro da sala central, Moisés e Pietà. A sala principal apresenta obras do período barroco e renascentista, e as três salas secundárias exibem exemplares de arte romana e grega.